Cadê o OURO contra a crise financeira?
Há anos, praticamente, todos os países compram Ouro como uma “proteção” contra uma eventual crise financeira mundial.
Mas, espera aí! Essa pandemia do Covid-19 é, de fato, uma crise financeira, certo? Parece que sim! No entanto, a ampla maioria dos países que se abarrotaram de ouro para se proteger de uma eventual crise financeira não pensam assim.
Vamos por partes: Em janeiro deste ano o conflito entre os Estados Unidos e o Oriente Médio acabou causando a morte do general Qassem Soleimani fazendo o preço da onça disparar, algo que não era visto desde 2013.
Tirando esse pequeno conflito entre E.U.A e Irã de lado, o fato é que os países como Rússia, China e Alemanha, por exemplo, são países que compram toneladas e mais toneladas (anuais) de Ouro a fim de se proteger de uma eventual crise financeira global, crise como a que estamos vivenciando agora, com a Covid-19.
Por que os países não usam o Ouro que compraram para minimizar a crise???
Para responder essa pergunta devemos voltar só um pouquinho no tempo. No dia 15 de agosto de 1971 o ex-presidente Richard Nixon extinguiu o tratado de Bretton Woods, onde o dólar tinha como lastro o Ouro.
Funcionava assim: Essa barra de ouro que você está vendo (foto acima) que hoje serve como uma reserva monetária por muitos países pesa uns 12 quilos e tem um valor estimado de 170 mil dólares.
Portanto, caso os E.U.A quisessem imprimir mais dinheiro o Federal Reserver tinha que ter uma barra de ouro como essa, o que lhe dava o direito de imprimir, equivalente, a 170 mil dólares.
Portanto, esses 170 mil dólares era lastreado ao OURO. É o que os economistas chamam de ativo subjacente. Ou seja, essas 170 mil dólares que foi impresso pelo FED tinha lastro. Sendo assim, não foi um dinheiro que foi criado do nada pelo governo parasital pelo seu bel prazer.
Contudo, no dia 15 de agosto de 1971, em pronunciamento em rede nacional, Nixon extinguiu o tratado de Bretton Woods. Portanto, a partir desta data o FED pode imprimir dinheiro sem lastro algo. Sem garantia que aquela nota, de fato, tenha o real valor a qual ela foi impressa.
É por isso que, quando ocorre alguma crise, como a segunda-feira negra de 1987, quando a Nasdaq caiu 22%, o estouro da bolha ponto com – quando as ações nas bolsas perderam quase 98% de valor de mercado e, por fim, a crise do subprime, desencadeando a crise imobiliária americana – o Federal Reserver imprimiu bilhões e bilhões de dólares. Sabe porque?
Porque eles podem!
Foi exatamente isso que o ex-presidente do FED, Alan Greenspan, disse durante entrevista ao CNBC: “Os Estados Unidos podem pagar qualquer dívida porque podemos imprimir dinheiro”.
Sendo assim, a minha analogia é bastante simples: Porque eu vou usar o meu cartão de crédito sem limites se eu pode imprimir a quantidade de dinheiro que eu precisar e pagar minhas dívidas!
Pois é exatamente este tipo de pensamento que o FED está colocando em prática. Ao invés dos Estados Unidos – ou qualquer outro país que passou os últimos anos comprando toneladas de OURO – usar essa commodities para estancar a crise financeira -, é mais fácil imprimir mais dinheiro e deixar o ouro lá, entocado, guardadinho. Então, sendo assim; acho que a pergunta foi respondida!
Mais tarde os contribuintes, ou seja, os pagadores de impostos, pagam essa conta com juros e correções monetárias pelos próximos dez ou quinze anos, por aí.
Em 2013, o próprio Alan Greenspan declarou: “O sistema está quebrado”. Em 2010, dois anos após a crise do Subprime, Greenspan admite que errou ao confiar nos bancos. No entanto, é mais fácil o povão acreditar na mídia tradicional e sua persuasão do que acreditar em um velho gagá que ficou 19 anos no cargo manipulando as taxas de juros para favorecer uma minoria ou em um YouTuber medíocre que não tem nem mil inscritos seu canal.
Boa sorte a todos!
